quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Michael Jackson desafina

Homenagem ao cantor no Teatro do Leblon parte de ótima ideia, mas se perde no texto ralo


Em junho de 2009, quando Michael Jackson morreu, prematuramente, aos 50 anos, o operador de áudio Leandro Lapagesse não teve dúvida: partiu para o velório do cantor em Los Angeles. Não era para menos: ele é dono de uma coleção de 10 000 itens relacionados ao astro e ainda ostenta cinco tatuagens em homenagem ao ídolo. Esse personagem singular inspira Michael e Eu, comédia dramática de Marcelo Pedreira com direção de Ivan Sugahara, em cartaz no Teatro do Leblon. 

No palco, Leo (Pedro Henrique Monteiro) é o alter ego de Lapagesse. Fã obcecado, ele surta quando o cantor morre. O maior símbolo de sua eterna conexão com o astro é a pulseirinha que ganhou para entrar no funeral de Jackson — e não consegue arrancar. Desesperado, procura Doc (Bruno Garcia), um psicólogo iconoclasta. A boa premissa se esvai no texto raso de Pedreira, uma sucessão de cenas muito parecidas, com médico e paciente em confronto por causa dos hábitos esquisitos de Jackson. Nada parece encaminhá-los para o desfecho do espetáculo. A inserção de videoclipes do cantor ao longo da montagem emperra a dramaturgia, mas garante a empatia de quem conhece as músicas. É o que diverte a plateia, ao lado da atuação de Garcia. O ator consegue dar graça a um personagem pouco desenvolvido.

Michael e Eu (80min). 12 anos. Estreou em 17/8/2012. Teatro do Leblon — Sala Marília Pêra (417 lugares). Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon, ☎ 2529-7700. Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 50,00 (qui.), R$ 60,00 (sex. e dom.) e R$ 70,00 (sáb.). Bilheteria: a partir das 15h (qui. a dom.). Cc: D, M e V. Cd: todos. IC. Estac. (R$ 4,00 a cada meia hora). Até dia 30.

Fonte: vejario.abril.com.br

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